Como parte da preparação para a instalação de uma fábrica no estabelecimento prisional, 40 internos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, estão participando de capacitação para Produção e Instalação de Piso Intertravado. Eles estão participando de aulas teóricas e práticas que contemplam desde noções básicas de edificação, passando pela seleção dos materiais até o processo de cura do concreto utilizado na produção dos bloquetes pré-moldados. Ao final, o piso produzido será instalado na própria penitenciária.
A iniciativa visa contribuir para a redução da reincidência criminal, favorece o retorno do interno ao convívio social e conta para a remição da pena. Além disso, 25% da remuneração paga ao interno trabalhador retorna ao Estado como forma de compensação financeira.
Os internos foram escolhidos a partir dos registros da Comissão Técnica de Classificação (CTC) e, de acordo com o órgão, todos são aptos ao estudo e ao trabalho, com histórico de “excelente conduta carcerária”. O curso integra projeto envolvendo a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP), o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) e a ONG ReforAMAR, instituição responsável pelas aulas.
O secretário da Administração Penitenciária, Helton Edi, explica que a produção de piso no sistema prisional já é uma realidade exitosa no Maranhão. “A SEAP fez um intercâmbio com os gestores do sistema prisional para conhecer as boas práticas de outros estados e adaptá-las à nossa realidade para avançarmos na oferta de trabalho no RN”, diz.
Promovido pela ONG ReforAMAR, o curso foi selecionado em um dos editais lançados pelo Programa Novos Rumos, do TJRN, e se estenderá até julho. “Acreditamos que a dignidade e a educação são os pilares fundamentais da transformação positiva do mundo. Assim, esperamos contribuir para a reintegração social dessas pessoas, devolvendo para a sociedade profissionais qualificados no mercado da construção civil”, afirma a engenheira Fernanda Silmara, presidente da instituição.