Investigada por uso de “laranjas”, empresa que atuava em presídio de Mossoró recebeu R$ 5.437.798,00 em emendas parlamentares neste ano.
A R7 Facilities Serviços de Engenharia LTDA, com sede em Guará (SP), está sob investigação por suspeita de ser administrada por “laranjas”. A empresa, que tem contratos milionários em diversas regiões do país, foi alvo de apurações após a fuga de dois presos do Comando Vermelho da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde a construtora também atuava.
Apesar das investigações conduzidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria Geral da União (CGU), a R7 Facilities recebeu R$ 5,4 milhões em emendas parlamentares neste ano. Segundo a plataforma Siga Brasil, que monitora os pagamentos de emendas no país, a empresa foi beneficiada por nove repasses indicados por bancadas estaduais e comissões, com valores entre R$ 197 mil e R$ 1,7 milhão. Três desses repasses foram previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2023, e os demais estão no dispositivo legal do próximo ano.
Embora a R7 Facilities tenha recebido parte desses valores para serviços de desenvolvimento agrícola em várias regiões do Brasil, seu nome não aparece nos espelhos das emendas parlamentares, documentos que detalham os gastos públicos.
As investigações ainda não estabeleceram uma conexão direta entre a fuga dos presos em Mossoró e a atuação da R7 Facilities, concentrando-se na possível utilização de “laranjas” na administração da empresa. A CGU confirmou que as apurações estão em andamento, mas informações adicionais não foram divulgadas devido ao caráter sigiloso do processo. O TCU também está conduzindo uma investigação sobre as denúncias.
Investigações
A R7 Facilities tem vencido licitações públicas desde 2016; e recebeu quase R$ 373 milhões em repasses do governo federal. A empresa também tem participado de licitações com o Governo do Distrito Federal, arrecadando quase R$ 10.788.811,77 dos cofres públicos brasilienses no mesmo período.
Apesar dos montantes, o sócio-administrador da empresa é Gildenilson Braz Torres, que recebeu R$ 4,5 mil em auxílio emergencial. Em 2020, Gildenilson obteve cinco parcelas de R$ 600 e quatro de R$ 300. Em 2021, foram pagas três parcelas de R$ 150, mas o sócio da empresa milionária teve de devolver uma delas para o governo federal.
No ano em que a empresa faturava milhões em contratos com a União, Gildenilson recebeu sentença de penhor de bens para pagar uma dívida de R$ 8,6 mil. O processo está no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Além disso, há relatos de funcionários recebendo cestas de fim de ano que são assinadas por outros empresários do DF.
Com informações do portal Metrópoles