Cid Moreira, primeiro apresentador do Jornal Nacional, morre aos 97 anos

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Conhecido pela voz grave e por ter sido o primeiro apresentador do Jornal Nacional, o jornalista Cid Moreira morreu na manhã desta quinta (3). O apresentador tinha 97 anos e estava internado há semanas no Hospital Santa Tereza, em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela mulher dele, Fátima Sampaio, à Patrícia Poeta durante o Encontro.

O veterano sofria com problemas renais e estava há semanas tratando de uma pneumonia. “Eu estava acampada no hospital o acompanhando, mas ele estava cansado, era muita luta. Os últimos anos foram difíceis”, explicou Fátima, em entrevista ao matinal da Globo.

Segundo a mulher de Cid, a família optou por manter o tratamento em segredo para evitar o excesso de exposição. “Eu tive amparo aqui, tem psicóloga no hospital, muitas pessoas ao redor ajudando, eu fiquei cativa aqui. Eu não falei para ninguém, porque as pessoas queridas, os amigos já estavam sabendo. Foram comunicados. Era o direito da gente viver esse tempo junto sem essa loucura [da mídia]”

A pedido do próprio apresentador, ele vai ser enterrado em Taubaté, no interior de São Paulo, onde também está sepultada a primeira mulher dele –Olga Verônica Radenzev Simões.

Cid começou a sua carreira como locutor da Rádio Difusora de Taubaté, no interior de São Paulo, aos 15 anos. Ele originalmente se formou como contador, mas acabou enveredando pela carreira de locutor até ser contratado pela TV Excelsior na década de 1950. O comunicador chegou a ter uma experiência no cinema não só como narrador de longa-metragens, mas também como ator: atuando no filme Angu de Caroço em 1955.

O profissional até hoje detém o recorde de edições à frente do Jornal Nacional, o qual assumiu ainda na década de 1960. Ele dividiu a apresentação inicialmente com Hilton Gomes (1924-1999), posteriormente fazendo uma dupla de grande repercussão com Sérgio Chapelin.

Bordões e Bíblia

A voz de Cid Moreira marcou o “boa noite” do principal telejornal da Globo, mas também foi usada para narrar a Bíblia Cristã na íntegra. Os CDs com a locução se tornaram uma verdadeira febre durante os anos 2000, alcançando mais de 33 milhões de cópias.

O público ainda se lembra até hoje da narração dele para o quadro do mágico Mister M, a quem chamava de “paladino mascarado”, no Fantástico. Ele ainda criou o bordão “isso é um espanto” para marcar as reportagens sobre casos sobrenaturais na revista eletrônica.

Durante a Copa do Mundo de 2010, Cid ajudou a popularizar o nome oficial da bola utilizada dentro de campo –com o grito gutural de “Jabulani” durante os programas esportivos da Globo.

Recluso nos últimos anos

Nos últimos anos, Cid Moreira se afastou da televisão, fazendo algumas participações pontuais em programas da Globo. Afinal, ele era um dos poucos profissionais que detinha um contrato vitalício da emissora. O locutor vivia com a mulher, Fátima, na região serrana do Rio de Janeiro.

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