Estudo aponta risco de inundação em cidades do litoral do RN até o fim do século

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Cidades costeiras do Rio Grande do Norte, como Areia Branca, Guamaré, Galinhos, Caiçara do Norte e Macau, estão sob risco significativo de inundação até o final do século, de acordo com um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Em casos mais extremos, locais como Caiçara do Norte podem ser completamente cobertos pelas águas, demandando a remoção de toda a população para outros locais.

O cenário alarmante

Segundo o professor Marco Túlio Diniz, do Centro de Ensino Superior do Seridó (Ceres/UFRN), a inundação projetada pode se assemelhar ao que ocorreu no bairro de Ponta Negra, em Natal, neste ano, quando a água invadiu lentamente ruas e destruiu calçadas. “A prévia mostra que o risco de inundação é bem preocupante. É essencial que as cidades comecem a se adaptar e pensem em alternativas, incluindo o deslocamento de áreas urbanas que hoje ocupam a orla de forma inadequada,” afirma Marco.

Dados e metodologia do estudo

O levantamento é baseado em relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) e em pesquisas realizadas pelo Ceres/UFRN. Ele aponta que o nível do mar pode subir até 1,1 metro até o fim do século, causado pelo derretimento de geleiras e o aumento da temperatura dos oceanos devido ao aquecimento global.

Desde 2023, os pesquisadores têm usado drones para simular cenários de inundação em oito cidades da costa semiárida do RN: Grossos, Areia Branca, Guamaré, Galinhos, Caiçara do Norte, Macau, Porto do Mangue e São Bento do Norte. As imagens capturadas são analisadas para identificar os locais de maior vulnerabilidade.

A cidade de Grossos foi a primeira a ter os dados divulgados, revelando um risco considerado baixo. No entanto, outras localidades apresentam maior preocupação, especialmente aquelas com infraestrutura urbana inadequada próxima à costa.

Impactos do aquecimento global

O aumento do nível do mar é atribuído ao aquecimento global, que acelera o derretimento de calotas polares e geleiras e aquece as águas oceânicas, causando sua expansão. Atividades humanas, como a degradação ambiental e a ocupação desordenada das orlas, amplificam os efeitos.

Próximos passos e adaptações

A pesquisa é coordenada por Marco Túlio Diniz em colaboração com os pesquisadores José Yure Santos, também do Ceres, e Paulo Victor Araújo, do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). A previsão é que até o final de 2025, todos os dados estejam publicados.

Enquanto isso, o professor enfatiza a necessidade de políticas públicas para mitigar os riscos, como:

  • Reordenamento urbano em áreas costeiras.
  • Monitoramento contínuo das mudanças climáticas.
  • Educação e conscientização sobre os impactos ambientais.

A situação é um alerta para a urgência de ações que minimizem os efeitos das mudanças climáticas e garantam a segurança das populações vulneráveis.

Informações so Portal da UFRN

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