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O drama da família de José Emanuel Medeiros Silva, de apenas 30 dias de vida, terminou de forma trágica nesta segunda-feira (24), em Caicó, no interior do Rio Grande do Norte. Após dias de internação no Hospital do Seridó e uma intensa espera por uma vaga em UTI neonatal, o bebê não resistiu às complicações de saúde e faleceu antes de ser transferido.
Internado com problemas cardíacos, José Emanuel foi diagnosticado com alterações no coração e chegou a sofrer duas paradas cardíacas durante o período hospitalar. Diante da gravidade do caso, a equipe médica iniciou uma corrida contra o tempo para conseguir uma vaga em uma unidade de terapia intensiva especializada, essencial para a sobrevivência do recém-nascido.
No domingo (23), a avó da criança, Maria Aparecida de Medeiros, fez um apelo público comovente, clamando por agilidade no processo de regulação. O pedido mobilizou a população local e trouxe visibilidade ao caso, que refletia um drama enfrentado por muitas famílias no interior do estado: a dificuldade de acesso a leitos especializados e transporte adequado.
Segundo relatos da família, duas vagas teriam sido disponibilizadas em hospitais de Natal, mas foram recusadas por motivos não esclarecidos. Uma terceira vaga, em Mossoró, foi confirmada, porém a transferência foi inviabilizada pela ausência de transporte neonatal adequado e pela instabilidade clínica do bebê. No domingo, durante uma tentativa de remoção, a saturação do bebê chegou a apresentar melhora, mas no trajeto até a ambulância, o quadro voltou a se agravar, obrigando a equipe médica a desistir da transferência.
A família lamenta não ter recebido informações claras sobre o diagnóstico da criança e aponta a demora no processo de transferência como um fator determinante no desfecho do caso. A morte de José Emanuel expõe a fragilidade do sistema de regulação de leitos neonatais no estado e evidencia a carência de infraestrutura e logística para o atendimento de casos graves fora da capital.
O caso gerou comoção em Caicó e reacendeu o debate sobre a urgência de melhorias no atendimento pediátrico e neonatal, especialmente em regiões afastadas dos grandes centros. A população clama por respostas e providências para que tragédias como essa não voltem a se repetir.
